Lendo meu primeiro Camus (O Estrangeiro)

“O homem é a única criatura que se recusa a ser o que é.” Albert Camus

Albert Camus

Em janeiro deste ano, lendo o Jornal Estado de São Paulo em uma bela e calorosa manhã de domingo me deparei com um artigo no Caderno 2 [hj batizado de cultura] sobre a influência de Jean Grenier na vida do jovem estudante rebelde Albert Camus em um país chamado Argélia.

Entre as passagens da reportagem sobre o carinho do “Mestre ao seu Aluno”, mostra também como o Mestre encontrou no aluno uma grande alma e como ele a salvou várias vezes do esquecimento e da perdição. Com isso me lembrei de alguns bons professores que tive, mas que infelizmente não conseguiram me salvar, mas mesmo  sem ser salvo fui totalmente influenciado em alguns aspectos da minha vida acadêmica.

Junto com essa reportagem temos um breve trecho reservado ao lançamento no Brasil do livro do Mestre de Camus, As Ilhas [Editora Perspectiva]. Logo após terminar de ler o livro A Estrada [clique aqui e leia sobre o livro], resolvi abandonar o mundo da literatura e voltar para o mundo da Filosofia [Comprei As Ilhas de Granier], para a minha surpresa eu ainda era bom, sem prática, mas bom.

Antes de começar o livro temos uma introdução apaixonada de Camus para com seu Mestre, por conta desta introdução eu resolvi pesquisar mais sobre a vida deste Camus. [Dizia uma das minhas Professoras: A Graça da Literatura é que um Escritor te leva ao outro]

Então resolvi começar pelo seu livro mais famoso: O Estrangeiro.

O livro narra uma parte crucial da vida de Meursault,  a morte da sua mãe que acontece na primeira frase do livro [Esse começo do livro  se tornou celebre] até o seu derradeiro fim, quando ele mata um árabe.

Hoje mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei. Recebi um telegrama do asilo: “Mãe morta. Enterro amanhã. Sinceros sentimentos.” Isso não quer dizer nada. Talvez tenha sido ontem.

No meio destas desventuras ele também encontra o Amor de Marie, mas sua indiferença ao mundo é tão grande que Marie constantemente pergunta se ele a ama, ele justifica seus sentimentos em duas frases: “Isto não quer dizer nada, mas parece que não”

“Quando nos vestimos na praia, Marie olhava-me com olhos brilhantes. Beijei-a. A partir desse momento, não falamos mais. Apertei-a contra mim, e tivemos pressa de encontrar um ônibus, de voltar, de ir para a minha casa e de nos atirarmos na minha cama. Tinha deixado a janela aberta, e era bom sentir a noite de verão escorrer por nossos corpos bronzeados.”

Meursault é um jovem que não acredita em nada, muito menos em destino ou acaso. Sua vida não é norteada por religião ou qualquer doutrina que seja, Meursault é totalmente livre, não precisa de nada que o julgue ou o proteja, ele apenas vive.

No meio desta jornada narrada no livro ele acaba finalmente encontrando um significado pra tudo, mas Camus quer mostrar que “este sentido” não é algo que deve ser imposto [Igreja, sociedade, amigos ou família] e sim criando pela nossa própria realidade.

Este livro de Albert Camus também teve grande influência na música da Banda The Cure, que fez a canção Killing an Arab e influenciou Bohemian Rhapsody do Queen.

O Estrangeiro de Albert Camus, pode ser encontrado facilmente na Saraiva pelo preço de 15,00 Reais [O livro faz parte da coleção de Literatura da Saraiva, por isso o preço baixo]

Agora que terminei o Estrangeiro estou partindo para outro Albert Camus “A Queda”, em breve postarei contando um pouco deste outro livro e fico devendo um Post sobre esse magnífico escritor tido como o mestre do Absurdo.