Lars Von Trier se perde dentro da violência.

A Casa que Jack Construiu é o mais novo filme do diretor Dinamarquês, Lars Von Trier. Nele temos Matt Dillon, como Jack um assassino em série com gostos refinados.

Jack tem preferencia por matar mulheres das quais ele as acha estúpidas, mas não é essa a real razão. Jack se torna obcecado pelo crime perfeito, percebemos com o tempo que o primeiro crime foi mera obra do acaso e o segundo só não foi descoberto graças a uma chuva ou como Jack define: O grande dilúvio [uma das várias referencias bíblicas do filme].

Essa busca por perfeição é mostrada por elementos que estão fora da narrativa principal do filme. Como nos diálogos travados entre Jack e o misterioso Virgílio, no qual ele tenta explicar a todo momento suas motivações.

Esse recurso é usado em Ninfomaníaca, onde temos uma narração dos fatos, só que desta vez só descobrimos quem é esse outro personagem no ato final.

Suas respostas estão fundamentadas na história da arte, usando takes de Outros filmes do diretor [um exercício de ego] ou mesmo a própria Bíblia. Esses diálogos fazem o ponto do alto do filme, já que Von Trier se perde no meio de toda violência que cria.

O engenheiro que queria ser arquiteto, mais uma referência bíblica?

Porém esse mesmo recurso que salva o filme o torna enfadonho, ainda quando o diretor reverencia imagens de personagens autoritários [Hitler e Stalin] que servem mais para gerar polêmica do que para criar uma narrativa lógica.

Talvez Von Trier esteja preso dentro de uma espiral artística onde mostrar a maldade seja indícios de sua admiração pelo Mal e isso o impossibilite de criar algo notável.

O filme estréia oficialmente dia 1º de Novembro.

Borg Vs McEnroe a dramática batalha dos anos 80

Estreia hoje nos cinemas brasileiros o filme Borg vs McEnroe do diretor Janus Metz, o filme conta história de uma das finais mais emblemáticas de Wimbledon, a final de 1980 onde de um lado estava o Sueco Bjorn Borg que naquele ano detinha 4 títulos consecutivos em Wimbledon e buscava seu quinto torneio, contra uma jovem estrela americana McEnroe.

Diferente de Borg, McEnroe estava crescendo como um jogador de tennis, porém seu temperamento e fama de brigão ofuscava suas conquistas e o seu jogo. Por diversas vezes McEnroe perdeu jogos e foi expulso de torneios por sua conduta anti-desportiva.

Borg sempre foi tido como o Homem de Gelo, e Janus Metz [como um amante de Tennis] explora bem as inquietações e problemas que Borg teve por sustentar a posição de imbatível em quadra e sua obsessão pela perfeição.

Mesmo não sendo um documentário o filme tenta mostrar com exatidão o que foi aquela maravilhosa final e como o homem que era tido como uma máquina estava reagindo com toda aquela pressão a sua volta. Borg estava fora de foco, a pressão de vencer Wimbledon pela quinta vez consecutiva pesava muito. O mundo amava seu Tennis, mas seus rivais queriam o seu fim, já que Borg era o homem a ser batido.

McEnroe era o seu oposto, vivia como um RockStar e buscava o reconhecimento e via em Borg [Seu ídolo] a chance de se mostrar para o mundo e encerrar de vez a fama de brigão. 

Outro bom acerto do diretor, foi na elaboração das cenas da partida, com uso de diversas câmeras e os cortes certos o filme passa a emoção da partida. O que vai agradar tanto os amantes do esporte como os que não tem interesse por ele.

Sverrir Gudnason está muito bem na pele de Bjorn Borg. Shia LaBeouf encarna muito bem o seu compatriota e dá o tom certo ao personagem.

Mesmo todos sabendo o final do filme [ou pelo menos sua grande maioria] temos o grato prazer de apreciar o drama vivido pelos dois e como eles encararam o final da partida e como isso foi um divisor de água para a carreira dos dois.

Dois pontos devem ser levantados, Borg poderia ter tido uma carreira mais vitoriosa ainda se tivesse ficado mais tempo no circuito e dificultado a quebra de Recordes de Roger Federer quase 30 anos depois. E McEnroe amargou a maldição que o seu colega e então adversário previu: “Você vai ser um campeão, mas ninguém vai querer te ter como ídolo”. 

Veja Borg Vs McEnroe…

 

Selton Mello, Seu Jorge e a busca pelo autoconhecimento [Soundtrack]

K. Pigari

A primeira parceria cinematográfica entre Selton Mello e Seu Jorge aconteceu lá em 2006 com o curta-metragem Tarantino’s Mind, em que os dois amigos se juntam em um restaurante e discutem sobre teorias de ligações entre as personagens dos filmes do diretor Quentin Tarantino.

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Cena do curta-metragem Tarantino’s Mind

O curta foi dirigido pela dupla 300ml [conhecidos pela direção de propagandas comerciais, como a “Arca”, de Axe, e “Gigante”, da Claro, além de diversas campanhas globais para a Stella Artois]. E, para estrear seu primeiro longa-metragem nos cinemas, a dupla volta com uma nova parceria entre Selton Mello e Seu Jorge.

Soundtrack [ou “A trilha sonora de uma vida”, segundo o IMDb], conta a história de Cris [Selton Mello], um jovem artista que recebe do governo brasileiro uma licença especial para passar alguns dias em uma estação de pesquisa [polar] internacional isolada, cercada por nada além de gelo. Seu objetivo é preparar uma exposição misturando música e fotografia. Para fazê-lo, ele tira selfies que capturam as sensações causadas por uma série de músicas pré-selecionadas.

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Ao chegar no local, ele conhece o britânico especialista em aquecimento global, Mark [Ralph Ineson], o botânico brasileiro Cao [Seu Jorge], o biólogo chinês Huang [Thomas Chaanhing] e o médico e pesquisador dinamarquês Rafnar [Lukas Loughran].

Cris é recebido de uma maneira quase hostil, uma vez que o Natal e o Ano Novo estão se aproximando e a esposa de Mark está grávida [com a chegada de Cris, o especialista ambiental fica responsável por ele, não podendo voltar para casa]. O clima também não é agradável com Huang que, devido a problemas do passado, desenvolveu desprezo por artistas. Entretanto, as coisas são melhores com Rafnar e com Cao [que por também ser brasileiro faz com que Cris não se sinta tão deslocado].

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O desentendimento entre eles é causado quando Cris revela que está ali porque precisava se isolar para desenvolver um projeto de exposição, enquanto os pesquisadores estão ali desenvolvendo estudos que ajudarão a descobrir a biologia daquele lugar. [Em alguns momentos eles chegam a inferiorizar os motivos do artista estar ali].

À medida que vão convivendo, começam a se entender e ao passar muito tempo com os pesquisadores, Cris acaba descobrindo segredos do planeta terra em uma perspectiva nunca vista. E juntos, os cinco descobrem diferentes perspectivas sobre a vida e arte.

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Um dos pontos interessantes do longa é que ele traz, para a composição da trama, os áudios da missão Apollo 8, em que os três astronautas se revezaram lendo trechos do livro do Gênesis e um deles termina dizendo: “Boa noite, boa sorte, um Feliz Natal, e Deus abençoe todos vocês – todos vocês da nossa bela Terra”. Além desse, também traz o áudio de uma entrevista com o diretor Alfred Hitchcock.

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Falado em inglês [apenas alguns diálogos entre Cris e Cao são em português], Soundtrack é uma mistura de aventura e drama, medo e solidão, que aborda questões existenciais e reflexivas na jornada do artista em busca do autoconhecimento.

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Soundtrack estreia quinta-feira, 6 de julho, nos cinemas.

Octávio Café lança cappuccino rosa para o Dia dos Namorados

K. Pigari

O Dia dos Namorados [12 de junho] está logo aí e para ajudar os casais a comemorarem essa data de um jeito mais quentinho, o Octávio Café preparou um combo especial: um cappuccino rosa exclusivo, acompanhado de uma fatia do bolo Red Velvet, por R$ 22,90. O combo já está disponível em todas as unidades do Octávio, até o dia 12 de junho.

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E para comemorar o dia 12 de junho de maneira especial, a cafeteria promoverá, nessa data, um jantar em sua matriz, na Av. Brigadeiro Faria Lima, 2996, em São Paulo, a partir das 19h.

O pacote inclui entrada, prato principal e sobremesa para dois, além de uma garrafa de vinho, um café em qualquer método de preparo para ser degustado na hora e o café Octavio de presente em uma lata decorativa para levar para casa.

Para a entrada, os namorados poderão decidir entre bolinho de risoto de provolone ou uma salada mix de folhas com cenoura e tomate ao molho de mostarda. O prato principal traz três opções: o casal pode escolher entre peixe [filé de Saint Peter grelhado, acompanhado de purê de banana da terra e legumes], massa [nhoque de mandioquinha com ragu de costela de porco gratinado], ou carne vermelha [fraldinha grelhada servida com arroz com amêndoas e tomate recheado com cream cheese]. A finalização será com a sobremesa do dia.

O valor é R$ 240,00 o casal e a casa aceita reservas.

Uma morte horrível [Quadrinho]

K.Pigari

bem parecida com sua personagem

Pénélope Bagieu é uma francesa que chamou atenção, depois de publicar em forma de livro, as ilustrações de seu blog [que em geral, contavam um pouco de sua vida cotidiana e suas viagens].

O sucesso se expandiu para grandes livrarias e Pénélope passou a fazer diversas ilustrações editoriais e campanhas publicitárias, além de desenhar outras histórias [As aventuras de Joséphine]. Hoje, aos 35 anos, Bagieu é uma das quadrinistas mais conhecidas da França.

Uma morte horrível é uma comédia romântica [carregada de ironias e dos problemas reais da vida] em quadrinhos que conta a história de Zoé, uma jovem francesa de 22 anos que trabalha como hostess em tempo integral [o que lhe garante muitas situações constrangedoras]. Ela mora com o namorado machista, grosseiro e desempregado, e não possui ambições.

Depois de um dia cansativo no trabalho e frustrada com os problemas pessoais, Zoé acaba conhecendo, por acaso, Thomas Rocher, um jovem escritor [muito famoso]. Entretanto, a menina não é nem um pouco intelectual e pouco conhece sobre literatura [ela não sabe diferenciar Balzac de Batman], dessa forma, Thomas é um completo desconhecido para ela.

O escritor, de personalidade tímida e misteriosa, está passando por uma crise de inspiração e há dois anos não consegue escrever nem uma linha sequer. Mas quando ele conhece Zoé, eles logo se tornam amigos e suas conversas, de certa forma, o inspiram.

Ela: extrovertida. Ele: tímido e culto. Eles acabam se dando bem e embarcam em um relacionamento sério e estável. Pelo menos até a chegada da editora de Thomas e a descobertas de segredos terríveis.

Chega um momento em que tudo o que se consegue pensar é: “eu não acredito nisso!” [mas fica para o leitor a missão de descobrir se esse é um ponto positivo ou não].

A narrativa é simples e fluida [o que torna a leitura agradável]. A arte também é simples, mas sem perder a beleza e o charme, além de conter cores que fazem o quadrinho ser muito mais agradável [e chamativo] esteticamente. Só não vale folhear antes de ler [o quadrinho é muito gráfico e folhea-lo pode acabar revelando demais e estragar as surpresas na hora de ler].