MASP Reecena a exposição A Mão do Povo Brasileiro

Em 1969 entrava no MASP a exposição temporária, A Mão do Povo Brasileiro, onde o foco é a memória do povo Brasileiro, mostrando sua riqueza cultural por meio dos seus objetos como: carrancas, ex-votos, tecidos, roupas, móveis, ferramentas, utensílios, maquinários, instrumentos musicais, adornos, brinquedos, objetos religiosos entre outras coisas.

Ferramentas

Ferramentas

Mostrando toda diversidade do povo Brasileiro. A exposição também tira o rigor do Museu e o transforma em ferramenta do povo, onde as obras não retratam um passado longínquo, mas sim um presente muito próximo a nossa realidade.

Mas essa não seria a real função do Museu?

Colocando as indagações de lado. Na Sexta-feira passada, o Masp resolveu fazer uma releitura da mesma exposição de 69. Maioria dos objetos daquela época estão nessa nova versão. Também se mantém os mesmos cuidados tomados pela Lina Bo Bardi em relação a posição e iluminação das peças.

São Jorge

São Jorge

A exposição serve como um Gabinete de Curiosidades, temos um pouco de cada canto de nosso país, vemos as vestimentas típicas do cangaço, ferramentas de trabalho do campo, objetos religiosos [tanto da religião católica como as de origem Afro] entre outros objetos, que dialogam com a nossa formação, entrar nessa exposição e não se enxergar nela é negar sua origem como brasileiro.

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Este novo diálogo, se mostra importante para definir os novos rumos do MASP e como ele quer fazer parte da vida ativa da cidade. Em meio a tantos conflitos sociais, mudar o Status quo dos museus é dialogar com a nossa atual realidade.

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Veja a exposição! Ela vai até o dia 29/01/2017

A MÃO DO POVO BRASILEIRO
De Ter. a dom., das 10h às 18h; qui., até 20h; até 29/1/2017
ONDE Masp, av. Paulista, 1.578, tel. (11) 3149-5959
QUANTO R$ 25, grátis às terças

 

Kubrick e a HBO!

Talvez o maior fracasso da carreira de Stanley Kubrick seja o filme Napoleão, filme esse que o diretor ensaiou duas vezes seu projeto e dado a grandiosidade nunca saiu do papel. Kubrick trabalhou e estudou a vida do Grande Napoleão, durante anos, suas anotações sobre o filme são gigantescas.

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Mas a doença acabou afastando Kubrick do que poderia ser sua maior obra de arte.

Agora Steven Spielberg [outro diretor obcecado pelo legado de Kubrick] assina a produção do seriado que vai contar a odisseia do diretor na produção do filme. Este seriado será mais um com a assinatura da HBO, que teve acesso aos arquivos do diretor e decidiu mostrar a grandiosidade do sonho de Kubrick.

Uma das grandiosidades pensada pelo diretor, seria a de rodar o longa na França, Inglaterra e Romênia, com 30 mil soldados do país comunista como figurantes em cenas de batalha.

A Obsessão de Kubrick por Napoleão era tão grande que ele chegou a arquivar mais 17 mil imagens da era Napoleônica e alguns objetos que pertenceram ao período.

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Para a direção deste seriado, estão cotados Cary Fukunaga, famoso pela primeira temporada de True Detective.

Vamos aguardar mais sobre essa produção, que parece ser mais um sucesso da HBO.

Histórias da Infância – Nova exposição do MASP

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Na quinta-feira passada [07-04-16], o MASP inaugurou sua nova exposição: Histórias da Infância [que vai até o dia 31-07]. A exposição faz parte da nova fase que o Museu vem passando e que se iniciou com o “redescobrimento” dos Cavaletes de Cristal [clique aqui e leia sobre] e começou a contar histórias baseadas em seu acervo, mas sempre buscando a voz que ficou esquecida no meio da história, como: Histórias Feministas e as Histórias da Loucura.

Nessa exposição [com curadoria de: Adriano Pedrosa, Fernando Oliva e Lilia Schwarcz]  a narrativa da vez é a infância, usando sempre o contraponto do Acervo com algo novo escolhido especialmente para essa exposição, vemos os assuntos: família, educação, jogos e morte usando a visão da crianças.

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Como o MASP vem pensando muito na renovação do seu público, esta exposição também foi pensada para as crianças. Os quadros estão pendurados a 1.20m do chão [rompendo com o tradicional 1.50] a todo momento temos o serviço de áudio com informações sobre as obras expostas. Atitudes que parecem pequenas e simples, mas que faz com que o novo visitante se sinta cada vez mais acolhido.

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Entre os artistas escolhidos temos: Bartolomeu Passante [Adoração aos Pastores], Van Dyke [Retrato da Marquesa Lomellini, com os filhos em oração], Vik Muniz [Crianças de Açúcar], Portinari [Criança Morta]. Mesmo com a presença de artistas clássicos o que mais impressiona dentro da exposição é a foto de Luiz Braga [O Vendedor de Amendoim].

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Histórias da infância é uma exposição que merece ser vista!

Onde: MASP, Avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP
Quando: 7/4 a 31/7
Horários: terça a domingo: das 10h às 18h (bilheteria aberta até 17h30); quinta, das 10h às 20h (bilheteria até 19h30)
Ingressos: R$ 25 (entrada); R$12 (meia-entrada). Às terças-feiras, a entrada é gratuita.
Mais informações: (11) 3149-5959

Relembrando Lucian Freud

Na segunda entra no ar o post sobre o livro: Café com Lucian Freud. E para aquecer, resolvi repostar a visita que fiz ao MASP em 2014.

 

“Pinto o que vejo, não o que você quer que eu veja”. Lucian Freud

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Ontem aproveitando o bom tempo, fui ao MASP conhecer exposição de Lucian Freud que viveu de 1922-2011. A exposição chegou a São Paulo em Junho, mas com as correrias do dia a dia, só consegui ir ao Masp ontem, confesso que devia ter ido antes, para aproveitar cada minuto do trabalho do Pintor Alemão erradicado na Inglaterra.

A frase inicial do post da a tônica do trabalho de Lucian Freud. O artista é conhecido pela maneira “deturpada” e fora de estereótipos, em que retrata seus modelos, em sua grande maioria sem roupa e em poses nada convencionais. Mesmo quando usa o clássico modelo de uma figura serpenteada o pintor consegue levar o modelo a decadência.

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Mesmo com essa enorme fama que cerca seus quadros. A exposição não conseguiu trazer ao Brasil o melhor de Lucian Freud. Então ficamos a cargo de 44 gravuras [algumas estudos para seus quadros] e fotografias [que salvam a exposição] de David Dawson que retrata o cotidiano no ateliê do pintor, mostrando o processo de criação de seus quadros.

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Eli and David

Eli and David

 

Retrato Duplo

Retrato Duplo

 

Mulher com cachorro Branco

Mulher com cachorro Branco

 

Entre as gravuras a maioria de seus [amigos pessoais, com seu médico e até seu cachorro o gracioso Pluto] vale a pena destacar o Homem Posando e Senhor Goodman em Seu Pijama Amarelo. Entre os quadros que mostram a sua intimidade dentro de seu ateliê, vale destacar a foto Mr. Freud in 2005 [onde ele segura um filhote de raposa], foto que mostra a ligação do artista com a natureza.

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Vale ressaltar outra foto, em que aparece trabalhando em um quadro da Rainha da Inglaterra, onde seu glamour como rainha foi desfigurado pelo poder do pincel do artista.

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Voltamos na sexta com cinema.

Masp volta a usar os Cavaletes de Lina Bo Bardi

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Na noite de ontem, o malditovivant foi convidado para a reinauguração dos Cavaletes de Cristal de Lina Bo Bardi, depois de 20 anos relegado a memória do MASP, eles voltam a ativa, com a mesma proposta de vinte anos atrás, aproximar o visitante da obra de arte.

No início de 2014 depois de assumir o cargo, Adriano Pedrosa, prometeu ressuscitar os Cavaletes de Cristal, a promessa foi cumprida, e não poderia ser em uma hora melhor, as reestruturações dos últimos anos do MASP, conseguiu tirar o museu do vermelho.

Mas o assunto central é a ideia revolucionária de Lina Bo Bardi, seus Cavaletes de Cristal, colocam o acervo sobre outra perspectiva.

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Não existe mais as paredes que sustentam as obras: Isso tira a obrigação do visitante seguir um caminho específico, sem as paredes temos uma visão geral da exposição, podemos ver artistas de períodos diferentes tentando um diálogo.

Isso também foi pensado por Lina Bo Bardi, o acervo do MASP, não é de apenas uma escola. Mas esse diálogo entre os artistas é possível, já que temos: Picasso, Matisse, Cézzane, Volpi, Renoir, Delacroix, Portinari, entre outros.

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O Visitante deixa a função de espectador para trás e se coloca “curador”.

A linha que separa o visitante da obra é excluída, deixando a exposição com um ar menos frio. Isso rompe com todas as convenções de qualquer museu. E pensando em instituições que sempre buscam aproximar o visitante do espaço essa é a melhor maneira de se fazer isso.

Verso da Obra!

Verso da Obra!

Essa maneira de expor também aguça a curiosidade do visitante, podemos ver o lado de trás das obras, as vezes com algumas marcações do artista ou mesmo o “reflexo” da obra. E como as placas de identificação estão na parte de trás da obra, eleva o exercício de investigação da obra, excelente para quem não conhece o acervo.

Pé do Cavalete

Pé do Cavalete

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A abertura oficial é hoje dia 12 de Dezembro, sem data oficial para seu termino. Aproveite a oportunidade, sendo você um amante de Museu ou mesmo uma pessoa que não gosta de arte.