Por Humberto Domiciano
O dia 13 de fevereiro de 1970, uma sexta-feira, teria tudo para ser uma data normal. O mundo passava por um período sem grandes turbulências e a música só teria como fato relevante o fim dos Beatles, alguns dias depois. No entanto, na mesma Inglaterra, o Black Sabbath dava seus primeiros passos e o heavy-metal começava a ser criado. O clássico trazia boa parte de sua carga macabra a partir da capa, onde uma foto de uma mulher em um terreno baldio da cidade de Birmingham estampava o peso da bolacha que estava sendo lançada. Segue abaixo pequenos comentários sobre cada faixa do lendário álbum, lembrando que analisei a versão japonesa, que conserva uma ordem diferente das músicas.
Black Sabbath – Sinos, guitarra distorcida, baixo pontuando tudo e vocais macabros de Ozzy. Se o heavy-metal fosse um ser humano, esse seria seu parto. Um nascimento diabólico, assustador e pesado. A música vai crescendo e com ela o seu peso. Tudo termina em um excelente solo do sr. Iommi.
The Wizard – A temática medieval faz parte de toda a história do metal. Aqui, o Sabbath explora isso de uma maneira bem interessante. O som começa com uma gaita e passa a ser acompanhada pelo peso característico da banda. “Misty mourning, clouds in the sky…”, canta Ozzy e mais um clássico. Essa música ficou bastante tempo fora dos set-lists do Sabbath e só voltou em 1994, na turnê do “Cross Purposes”.
Behind the Wall of Sleep – Outro grande som. Riff matador, vocal impecável e pela primeira voz aparece a bateria de Bill Ward. Essa música também ficou fora dos shows da banda por um longo período, até aparecer de maneira magistral no “Reunion”.
N.I.B – Riff de baixo permeado por outro riff de guitarra e temos mais um clássico. A letra conta a história do diabo que se apaixonou por uma dama. “My name is Lúcifer, please take my hand” coroa a grande performance dos garotos de Birmingham. Uma curiosidade sobre o som é o significado da sigla N.I.B. Segundo o baixista Geezer Butler, que escreveu a letra, não há uma razão especial para o nome. No entanto, diversos estudiosos do Sabbath, afirmam que as letras significariam ‘Nativity in Black’.
Evil Woman – Aqui as coisas ficam um pouco mais leves. A regravação de um som da obscura banda Crow conta a história de uma mulher, digamos do mal, que atrapalha a vida de um sujeito. Mais uma vez o Sabbath trataria do tema amor e não faz feio.
Sleeping Village – Quase instrumental, a música tem uma atmosfera celta no seu início, depois parte para um riff legal, bom solo de baixo e bateria marcante. De longe a mais obscura do disco.
The Warning – Outra regravação do álbum, a música foi lançada originalmente pelo veterano baterista Aysnley Dunbar (Frank Zappa, Whitesnake, Journey e uma porrada de bandas). Aqui temos outro caso de amor mal resolvido e essa é viagem mais longa do disco.
Wicked World – Para fechar a destruição, uma outra porrada. O riff tem um que de Zeppelin e a letra faz uma crítica ao mundo hippie da época. A sujeira e a merda de vida que os quatro levavam na industrial Birmingham com certeza influenciaram a composição, outra boa música, que também desapareceu dos sets da banda até hoje.
Pois é, Blair virou ícone de estilo porque ela se veste incrivelmente bem! hehe
Obrigada pela visita ;}
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